Comércio varejista da Bahia apresenta expansão de 13,9 por cento em junho

 

Em junho de 2012, o comércio varejista do estado da Bahia apresentou expansão de 13,9% no volume de vendas em relação a igual mês de 2011. Na comparação com o mês anterior, ajustado sazonalmente, constata-se uma variação de 4,4%.  Os dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), analisada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) – autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (SEPLAN) -  e realizada e divulgada em âmbito nacional pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 
A taxa positiva apurada para o comércio baiano no mês de junho revela que o setor apresenta um elevado ritmo de expansão.  Geraldo Reis, diretor-geral da SEI, analisa o resultado: “O crescimento do comércio no mês de junho foi impactado pelas medidas de expansão do crédito e da manutenção da renda real dos trabalhadores associada às políticas de isenção fiscal do Governo Federal. É possível que estejamos entrando em um processo de reaquecimento da atividade econômica”.
 
Desempenho - No mês em análise, os dados do comércio varejista do estado da Bahia, quando comparados com o mês de junho de 2011, indicam que todos os ramos que compõem o Indicador do Volume de Vendas apresentaram resultados positivos. Listadas pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (59,2%); Livros, jornais, revistas e papelaria (32,2%); Móveis e eletrodomésticos (17,2%); Combustíveis e lubrificantes (11,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,7%); Tecidos, vestuário e calçados (8,9%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (8,0%); e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (6,4%).
 
Os ramos que não integram o indicador do varejo obtiveram os seguintes resultados quanto à variação do volume de vendas no mês em questão: Veículos, motocicletas, partes e peças (39,0%) e Material de Construção (4,8%).
 
Na Bahia, o destaque no mês de junho coube ao segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (59,2%) que pelo quinto mês consecutivo apresenta resultado positivo. Esse resultado tem forte influência da base de comparação, uma vez que em junho do ano anterior a variação registrada foi negativa em 43,2%, além da comemoração do Dia dos Namorados. No acumulado do ano, a expansão foi de 24,8%. Entretanto, esse resultado não foi suficiente para reverter à trajetória negativa apresentada nos 12 últimos meses (-4,3%). 
 
O segmento de Livros, jornais, revistas e papelaria apresentou uma elevada variação mensal, de 32,2%. Já no acumulado do ano, a variação foi negativa em 12,6%, resultando, nos últimos 12 meses, em uma taxa de 0,1%. O comportamento desse setor pode ser explicado pela diversificação na linha de produtos comercializados nas grandes redes de livraria e papelaria.
 
O terceiro segmento a apresentar a maior taxa no varejo baiano para o mês de junho foi Móveis e eletrodomésticos (17,2%). No acumulado do ano a expansão foi de 14,0% e 13,5% nos últimos 12 meses. Nesse ramo, além do fato de cerca de 80% das transações serem realizadas a prazo, a política de incentivo do governo ao consumo através da redução de alíquotas de IPI para a linha branca e a manutenção de crédito foram preponderantes para impulsionar as vendas no setor.
 
Em relação ao ramo de Combustíveis e lubrificantes o crescimento nas vendas em junho foi de 11,7%, em relação a igual mês do ano anterior. Em termos de desempenho acumulado no ano, a taxa foi de 13,0% e nos últimos 12 meses de 9,3%. Esse comportamento é atribuído à queda de preços dos combustíveis (-4,25% em junho e acumulando no ano taxa negativa de 1,22% no ano, segundo IPC/SEI), além da comemoração dos festejos juninos que impulsionam o aumento do fluxo de veículos para o interior do Estado.
 
O ramo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, com a quinta maior taxa, apresentou crescimento de 10,7% na comparação com junho do ano passado, e taxas acumuladas de 6,8% no ano e 7,9% nos últimos 12 meses. A expansão da renda familiar, somada ao caráter de uso essencial e permanente de parte de seus produtos, são os principais fatores explicativos do desempenho positivo do segmento.
 
No segmento de Tecidos, vestuário e calçados foi apurada uma variação mensal do volume de vendas da ordem de 8,9%. Com a sexta maior taxa do mês de junho, esse ramo registrou a variação positiva de 7,0% no acumulado do ano e 6,3% nos últimos 12 meses. Esse comportamento no mês pode ser explicado pela queda nos preços de vestuário (-0,17%, conforme dados do IPC/SEI), e em função dos festejos juninos, onde normalmente se intensificam o consumo de roupas e calçados.
 
A atividade Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo contabilizou um crescimento no volume de vendas de 8,0% em junho. Já no acumulado dos últimos 12 meses, acusou uma variação de 8,0% e, no acumulado do ano, mostrou uma variação de 5,2%. Esse comportamento é atribuído ao período, pois no mês de junho, costuma-se intensificar o consumo de produtos típicos dos festejos do São João. 
 
No subgrupo Hipermercados e supermercados foi apurada uma variação positiva de 7,3%, do volume de vendas em relação a igual mês do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, tal variação situou-se no patamar de 4,1% e no ano foi registrada uma variação de 6,4%. As estratégias de vendas das grandes redes varejistas que continuam fazendo promoções, a concessão de prazos longos e de baixos juros para compras no cartão de crédito concorreram para elevar os negócios nesses estabelecimentos no mês de junho.
 
O grupo Outros artigos de uso pessoal e doméstico apresentou a oitava maior variação do volume de vendas de 6,4%, em junho de 2012. No acumulado dos últimos 12 meses atingiu 6,1%, enquanto que no ano foi registrada uma variação de 10,6%. Esse resultado se deu também em razão dos festejos juninos. 
 
No que tange ao segmento Material de Construção este apresentou em junho de 2012 uma variação positiva nas vendas de 4,8%, e no acumulado dos últimos 12 meses a variação do volume de vendas foi de 4,3%. Na análise do acumulado do ano, em 2012, percebeu-se uma expansão da variação quanto ao volume de vendas de 6,8% no comércio varejista ampliado, conferindo ao referido setor o melhor desempenho no mês. Com o programa Minha Casa Minha Vida, as preparações para o evento da Copa do Mundo e a desoneração do setor produtivo, o segmento deve imprimir uma nova dinâmica, sobretudo, através da redução do IPI, contribuindo para ajudar a manter as vendas aquecidas. 
 
O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou variação positiva de 39,0% em junho de 2012 e, no acumulado dos últimos 12 meses, a variação apresentada foi de -1,3% e 8,9% para o acumulado do ano. Merece destaque também a redução da carga tributária (IPI e do IOF) que incide sobre veículos no país.